Resenha: Shine (Jessica Jung)
Oi pessoal! É a primeira vez que escrevo uma resenha em muitos (muitos mesmo!) anos, então, espero que não seja muito constrangedor. Já peço perdão pelos diversos erros que eventualmente possam aparecer por aqui. Mas vamos lá!
Aviso: essa resenha contém spoilers da história.
A partir do momento que Jessica Jung, ex-integrante do girlgroup sul coreano Girls’ Generation, anunciou que lançaria um livro sobre uma adolescente coreana-americana treinando em uma das maiores gravadoras da Coreia para se tornar uma estrela de K-pop, muita gente (eu inclusa!) começou a questionar o objetivo do livro. Teríamos um livro expondo tudo o que aconteceu durante seus anos de grupo? Saberíamos o real motivo da sua saída? Teríamos claras indiretas para as suas companheiras de trabalho?
Quando mais informações saíram a respeito do livro, ficou claro que nada disso seria abordado ali, apesar de algumas notícias terem declarado inicialmente o livro como autobiográfico. Em uma entrevista para TIMES, Jessica afirmou que mais do que escrever uma autobiografia, ela queria um bom entretenimento. O livro é inspirado em sua jornada e fica para o leitor decidir, o que é realidade ou ficção na história.
Falando sobre o enredo, Rachel Kim é um adolescente de 17 anos que está em seu 6º ano como trainee em uma das maiores empresas de entretenimento sul coreano, a DB Entertainment. Nas primeiras páginas vemos um pouco da sua realidade, vendo um pouco sobre uma simulação de entrevista e a sua dificuldade em lidar com as câmeras. Logo mais as suas ‘companheiras’ de treinamento são apresentadas e fica claro que o clima entre elas não é nada bom.
Entre sabotagens e desafios, conhecemos mais sobre a realidade de Rachel e de sua família, e aí, para mim, está em uma das melhores parte da história. Toda sua família se mudou para a Coreia para que ela pudesse ser trainee, e você vê que seu pai, que tinha um estúdio de box com alguma fama nos Estados Unidos, na Coreia estuda escondido direito (e apenas Rachel sabe) com a esperança que possa dar um futuro melhor para a família, pois seu estúdio na Coreia não vai bem. Sua mãe, professora, ruma em busca de ter um cargo como professora do quadro fixo de professores da Universidade de Mulheres Ewha. Leah, sua irmã mais nova, é a minha personagem favorita da história. Durante todo o enredo, consegui visualizar a menina como uma versão pré-adolescente de Krystal Jung, sua irmã mais nova.
Ainda falando dos personagens, Jason, o interesse amoroso do livro, é o perfeito integrante do boygroup mais famoso do momento, é durante o enredo você percebe o quanto ele não tem noção do mundo que o cerca e é algo que magoa Rachel. E é interessante como é apontado no livro o machismo dentro do K-pop. Homens são sempre elogiados independente do que façam, e as mulheres sempre são xingadas. Essa parte tem bastante destaque dentro do livro, achei muito válido.
Uma coisa que gosto muito é que nenhum personagem ali (até mesmo a inimiga n°1 de Rachel, Mina) é 100% ruim ou bom. Todos eles tem os seus momentos. A própria Mina me surpreendeu bastante com a história, ela teve um mini momento de redenção, mas logo quando vi, tudo volta para o início (em relação a inimizade de ambas).
É interessante como em algumas partes fica bem claro a falta de liberdade criativa dos artistas dentro da empresa. Rachel e Mina adaptam a divisão de linhas/coreografia entre elas em uma parte e se apresentam, ficando melhor para as duas, pois Rachel não conseguia acertar uma parte da coreografia e a Mina não conseguia cantar uma parte, e os executivos da empresa vão pra cima delas com AQUELE HUMOR e um dos executivos mais jovem precisa salvar as duas. Ou como o próprio Jason sempre quis lançar as músicas compostas por ele mas a empresa nunca deixou.
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